Aos estudiosos da cristalografia

Depois da alguns anos de ensino e pesquisa na disciplina de Mineralogia, cheguei à conclusão que a Cristalografia se tornou uma ciência pesada, devido a sua nomenclatura excessivamente extensa e pouco significativa. São necessárias, portanto, algumas simplificações. Esse espaço servirá para a publicação das minhas sugestões. Espero, com isso, contribuir para futuros estudos na área.



segunda-feira, 11 de abril de 2011

11. Formas Correlatas

            Ao lidarmos com as classes mais ricas de simetria, o número de regiões de simetria chega ao máximo, no sistema. O desaparecimento de elementos de simetria, nas classes menos ricas, faz diminuir o número de regiões, ampliando o campo das mesmas. O campo da nova região ocupa o espaço de duas ou mais regiões anteriores. Colocando o polo determinante, num ou noutro dos polos anteriores, teremos a mesma forma, porém, com posição diferente das faces. Estas mesmas formas, ocupando posições diferentes, chamam-se formas correlatas. Nas Classes tetartoédricas em que as regiões de simetria são reduzidas à quarta parte, uma região de simetria ocupa o espaço de quatro regiões da classe holoédrica, podemos assim, ter quatro formas correlatas, dependendo da posição do polo determinante ser colocado numa ou noutra das antigas regiões de simetria. Como a classe prismática do sistema ternário ainda apresenta formas correlatas. Na classe pedial do sistema trigonal poderemos ter até oito formas correlatas. Quatro para cada forma “holoédrica” correlata (escalenoedro ditrigonal direito e esquerdo).
            Quando as formas correlatas são superponíveis, por movimentos simples (giro de uma em relação da outra) são chamadas congruentes. Se, porém, não são superponíveis por operações simples, mas, somente por reflexão, denominam-se enantiomórficas. As formas correlatas somente serão superponíveis fazendo atuar um dos elementos de simetria ausentes na classe. Assim as formas enantiomórficas formadas com a ausência dos dois planos somente serão superponíveis com um deles.  
Como as formas correlatas têm existência independente, uma da outra, é preciso individualizar cada uma. Para isso, basta referir-se à posição da antiga região de simetria ocupada. Normalmente não se faz essa diferença. Ela se torna mais importante quando as duas formas correlatas ocorrem simultaneamente, como acontece em algumas maclas. As caracterizações de positivo e negativo, são impróprias para serem usadas aqui. Pois estas expressões só devem ser usadas quando existe alguma polaridade elétrica ou quando se trata de valores comparáveis que podem não alcançar ou ultrapassar um valor estabelecido como base de comparação. Para as formas hemimórficas, tanto domáticas como pediais, usa-se com propriedade as expressões superior ou inferior. Para as hemiedrias enantiomórficas e paramórficas fica melhor usar os termos, direita e esquerda. Nas tetartoedrias as formas correlatas serão bem identificadas com a indicação da posição do polo inicial de cada uma que pode estar no quadrante superior ou inferior, tanto na direita como na esquerda. E anterior e posterior.

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